quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Irônicamente

Por um longo período me ausentei da literatura, creio que por me afastar de mim. Sejamos francos, um escritor só é um escritor quando tem algo a dizer. No meu caso, só tenho histórias para escrever quando não estou bem, quando as coisas estão terrivelmente erradas. Então, esse texto é para brigar com uma pessoa em especial, que tirou de mim tudo o que me restava: as palavras.
Eu te odeio por me afastar de tudo que eu sentia que poderia ter gerado qualquer texto, história ou poema decente, eu te odeio por tirar de mim a literatura e por me fazer uma pessoa mais feliz. Te odeio por me dar esperança, por me fazer acreditar. Eu te odeio da pior maneira que eu posso por me fazer ser sensível, por me dobrar em um milhão de pedacinhos, por me olhar e me derreter, por me fazer sorrir todos os dias, por me amar. Sim, eu te odeio por me fazer feliz. Porque você me faz feliz, mais do que eu mereço ser e eu te odeio por isso, porque o seu amor é incerto. Porque ele pode cair como uma ponte e desmoronar como um prédio, mas as minhas palavras são certas, concretas, mas acima de tudo, apagáveis. Uma vez escritas eu ainda as posso mudar. Você não, está escrito em mim, mas não posso te apagar. Se você me quebrar eu não vou poder me concertar e, eu te odeio tanto por isso que só existe uma coisa que seja mais forte em mim do que esse ódio que eu tenho por você...

A minha gratidão por me fazer te odiar tanto, porque te odiar assim, pra sua sorte, significa que eu te amo.